UNO Março 2016

Comunicar e gerar valor por meio da RSC

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Os profissionais de relações públicas e da comunicação institucional e corporativa têm, atualmente, um papel essencial na estratégia de desenvolvimento a longo prazo das organizações.

Somos considerados os responsáveis pela correta gestão da reputação corporativa e de outros ativos intangíveis das empresas, que têm um efeito crescente sobre a percepção das companhias por parte do público.

A RSC produz valores reconhecidos pelos grupos de interesse e, portanto, uma necessidade da companhia para alcançar sua sustentabilidade, diferenciação e competitividade.

De acordo com o relatório A Comunicação da RSC na Espanha: radiografia e diagnóstico, elaborado pelo Observatório de Comunicação e Ação da Responsabilidade Empresarial (OCARE), a RSC começa a estar consolidada em todos os setores, mas também identifica a necessidade de que deve ser parte do discurso da organização e, portanto, do discurso social.

Compartilhar as estratégias de RSC com os interlocutores da organizações é a maneira de gerar vínculos, compartilhar o compromisso e ter o reconhecimento social que a RSC demanda

A RSC deve ser entendida como um conceito mais amplo e transversal, como é a Gestão Responsável, que deve estar implícita no DNA das organizações.

A Dircom deve ser influente na cultura corporativa e entender que este não é marketing verde, mas uma maneira de fazer as coisas. É ela quem deve impulsionar políticas credíveis de Gestão Responsável, que fomentem um comportamento corporativo sustentado em procedimentos coerentes, transparentes e mensuráveis.

Porque a Gestão Responsável está mais vinculada com a comunicação do que com qualquer outra área considerada de alta administração deve-se defender que os diretores de Gestão Responsável dependam da Dircom da companhia. Onde isso não é possível, segue sendo necessária uma estreita colaboração entre ambos departamentos, que devem reportar diretamente ao CEO.

05_1A comunicação da RSC não tem sentido se a empresa não é responsável. Devemos fazer as coisas bem e logo conta-las. A responsabilidade financeira, ambiental e social é um elemento cada vez mais importante na adequada direção e governança das companhias, e deve tornar-se a referência para a mesma.

Compartilhar as estratégias de RSC com os interlocutores da organizações é a maneira de gerar vínculos, compartilhar o compromisso e ter o reconhecimento social que a RSC demanda.

Em minha vertente profissional e como diretora de comunicação de uma companhia dedicada aos cuidados de saúde, entendo, trabalho e vivo a RSC como uma parte intrínseca da estratégia da empresa, sendo um elemento-chave da nossa gestão. É por isso que assumo a responsabilidade social corporativa como um valor próprio. Esta é a única maneira de ser realmente capaz de criar companhias e sociedades responsáveis.
É essencial que as empresas empreendam linhas de trabalho destinadas a desenvolver práticas de RSC em todas as atividades transversais da empresa. Criando códigos de conduta, políticas de cidadania corporativa e planos estratégicos de ação social, as empresas podem fomentar a participação ativa de todos e cada um dos seus colaboradores, chegando ao ponto em que os próprios empregados serão os que demandarão cada vez mais envolvimento e a responsabilidade em suas comunidades locais.

De modo concreto, nos códigos de conduta devem ser definidos em detalhe a responsabilidade de cada um dos seus stakeholders e formar, na medida do possível, a cada ano, seus principais colaboradores. E, juntos, estes estarão empenhados em manter e reforçar as normas que promovam a transparência com nossos interlocutores para que nossas companhias mantenham a autoridade e a liderança que possuem. A integridade e os valores éticos são os elementos-chave do sucesso das empresas.

As empresas devem ser sensíveis às preocupações e necessidades expressas pela sociedade. Passamos de uma comunicação sustentada na ação social, a uma comunicação baseada na transparência, gerindo de forma responsável e gerando confiança no ambiente.

Comunicar a RSC quando está integrada em uma organização simplesmente é comunicar aquilo que se faz, e o diferencial apenas é como e o porquê

Comunicar a RSC quando ela está integrada em uma organização simplesmente é comunicar aquilo que se faz, e o diferencial apenas é como e porquê.

As organizações devem ser participantes ativos na melhoria da sociedade a que pertencem e todos as iniciativas com este fim tem que estender-se a todos os níveis e áreas da gestão, convertendo-se em uma política corporativa e um modelo de gestão integral das empresas.

Em suma, a RSC significa para as empresas integrar na gestão as preocupações sociais e uma grande oportunidade de aportar maiores benefícios para a sociedade, exigindo o mesmo comportamento de um cidadão adulto, responsável ​​e sensato.

Montserrat Tarrés
Presidente da Associação de Diretores de Comunicação (Dircom) e diretora de Comunicação do Grupo Novartis Espanha
É diretora de Comunicação do Grupo Novartis Espanha. Com 20 anos de experiência no campo da comunicação médica e de saúde, iniciou sua carreira na Sandoz, primeira empresa a desenvolver e comercializar versões de produtos biofarmacêuticos altamente complexos, no departamento de Comunicação Médica. Em 2000, passou a ser responsável pela Comunicação Externa da Novartis Pharmaceuticals. Desde 2007 é diretora de Comunicação do Grupo Novartis Espanha. De 2008 a 2014 foi secretária-geral do Conselho Diretor da Associação de Diretores de Comunicação (Dircom), membro da Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e secretária-geral da referida associação. É habitual palestrante em eventos ligados à RSC, Reputação e Comunicação. De 2012 a 2014, foi presidente da Associação de Profissionais da Comunicação da Industria Farmacêutica (ACOIF). Em 06 de novembro de 2014 foi nomeada presidente da DIRCOM.

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